terça-feira, 6 de outubro de 2009

ai um livro é

pedaço de estante
entre mil autofalantes

1.

Se a leitura não for tarefa etérea esta tela fingida de verde de amarelo você lê e eis aqui: luz que faz verbo / é o próprio avesso do Começo

2.

Mas se qualquer vista é somente luz que atiça / então um livro / podemos amá-lo do amor táctil

3.

No sebo eu encontrei uns escolares, a Presença da Literatura Brasileira, na folha de rosto o nome da minha professora da oitava série que teve tumor, a Romilda, e morreu. Na aula ela pôs a Bethânia pra cantar e chorou e um dia disse que um crítico quebrou, na televisão, um disco do Caetano dizendo "isso não faz o menor sentido!".

Eu comprei, porque também o afeto tem preço. E quem vai dizer que livro é pra ser lido?

4.

Os hebreus, como eram conhecidos: o povo do livro.

5.

O menino (não é autobriográfico) no recreio tem doze anos senta na escada abre o volume pesado os dedos lhe doem. Um chega curioso e pergunta "que livro é esse"

"Almas mortas, do Nikolai Gógol"

e o menino nem está lendo direito

6.

No que eu concluo (kkkkk) que o livro é um objeto, como um presunto, e bastante interessante, quase um viaduto.

Beijo :)

3 comentários:

  1. c me sacaneia que o meu é lição de casa e eu tenho que esccrever poetam, néam? mas daí vem você todo lindo, que história é essa de povo hebreu como o povo do livro? gente, que gente hebréia essa, marcows. eu agora vou dormir e sonhar com a galiléia a gente come galinha nelam!!!

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  2. santa júlia da galinhéia, lição de casa é canja, beijo :)

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  3. imagina a hebreiada no deserto
    aos pergaminhos do suvako
    kkkkkkkk

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