quinta-feira, 29 de outubro de 2009

traseiro desnudo

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Quando eu era criança e até os 14 anos / Deus era uma certeza tão grande quanto o ar que eu respirava. Dessas que nem são certezas, são antes constatações desapercebidas. Eu ainda não sei porque aconteceu / e agora acho que não preciso mais inventar motivos / um dia, voltando da escola pensando na morte, Deus não existiu mais e assim foi. Foi tanta a indignação de todo mundo que eu * comecei a dizer que era ateu e * comecei a relativizar a existência do ar.

Voltei a supor Deus por causa dos livros da Hilda Hilst, que estão sempre brigando com o Cara Escura, o Menino Porco, o Sem Nome.

Hoje eu acho que / fé cega, faca amolada / sendo o ateísmo uma fé tão chaaaaaaata quanto qualquer outra, deus me livre da prepotência de ditar qualquer coisa / eu quero mais é o mistério do planeta.

Fim

:)

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